"A maior liberdade é ser livre da sua própria mente" Osho

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O AMOR SAGRADO DE ÍSIS E OSÍRIS


Nascemos do amor de Geb e Nut, do ventre fecundo de nossa Mãe Terra. Guardas contigo o segredo da vida que faz germinar a força que encerra cada semente que lanças no tempo. A sabedoria que vive em teu ser faz de ti pai da antiga era e ensinas cada filho a viver. Deste-me a luz de meus dias e noites. De teus braços o aconchego e o carinho. De teus olhos o amor verdadeiro. Ensinaste-me a seguir o caminho. Foste o sol a aquecer a minh'alma, a amanhecer o dia em mim. Foste a paz da noite estrelada e o perfume da flor de jasmim. Mas quando a inveja tocou nosso irmão e numa festa o jogo fatal tirou-te a vida, roubou-me a luz, ferindo pra sempre o amor imortal, foi como se o Céu, em lamentos sem fim, deixasse de amar a Terra e partisse, deixando cair as estrelas no chão e a Lua, assustada, ao léu fugisse. Jogado às águas escuras e frias, descendo o Nilo como uma barca, preso e confuso sobre teu destino, foste levado em tua arca. Por todo o planeta procurei por ti clamando aos deuses que te encontrasse. O tempo passava, mas não a esperança de que em algum dia minha dor passasse. E foi nas raízes de um tamarindeiro que tu, deus-rei do Egito, tiveste abrigo. Depois sustentaste com força e beleza o palácio de um rei bondoso e amigo. Implorei a ele que me deixasse levar-te de volta ao nosso lar. Minhas lágrimas puras tocaram a alma daquele que ouvira minh'alma chorar. Durante dias velei por ti atenta, de Set, a te proteger. Mas foi num momento de breve dormir que ele novamente veio ofender o amor divino que nos unia. Em catorze pedaços ele partiu teu corpo, Deus-rei, teu divino corpo enterrando, cada um, com um ódio frio. De novo parti à tua procura e cada pedaço desenterrei, unindo outra vez uma à outra parte, aos deuses do Céu e da Terra chorei. Comovidos os deuses, também a chorar, deram-me asas que abanei e o sopro que delas voou para ti fez-te renascer e por isso cantei. Enquanto cantava vivi como Deusa. De meu coração brotava a pureza do amor pelo amante-irmão ressuscitado, enterrando a dor, a saudade, a tristeza. Enquanto vivias, fecundaste-me um filho. Teu sangue, então, pra sempre reinaria no corpo de Hórus, nosso filho querido que luta em teu nome de noite e de dia. Voltaste, então, ao mundo dos mortos levando contigo o mistério do além ensinando aos homens da infância do mundo que o amor sobrevive e a alma também. Osíris amado, irmão e amante Receba os mortos com tua bondade. Em teu coração inocente e puro bate a glória da divindade. Que eu possa morrer e ao teu lado viver. Amo-te sempre, apaixonadamente.
As trevas fogem à luz de tua alma que vive em mim eternamente...
Recanto das Letras - Por Patrícia Corrêa

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